Rancho Folclórico Rosas do Lena
No início de 1963, um grupo de jovens da Rebolaria, aldeia à vista do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, da freguesia e concelho da Batalha, criou uma marcha. Nesse mesmo ano um antigo pastor da Serra de Aire, a viver na aldeia, António Pereira Marques, aproveitando, a convite dos jovens, a incipiente estrutura, começou a transformar a marcha num agrupamento folclórico.
Fácil foi introduzir as modas que ele próprio cantara, tocara em gaita de beiços e num harmónio e bailara quase quarenta anos antes. Difícil foi adquirir o trajo distintivo da região, já pouco usado desde a década de 30 do século XX, sem dinheiro e então sem entidades que o apoiassem.
Mas a partir daí o agrupamento foi-se afirmando, fez pesquisas e recolhas que enriqueceram o espólio recebido do Mestre António Marques, aumentou e diversificou as suas actividades, levou avante inúmeras iniciativas, tornando algumas periódicas e revestindo-as de grande originalidade.
Contruiu uma sede com diversas capacidades, transformou um palheiro numa casa de cultura, dotando-a com uma valiosa biblioteca etnográfica, e também geral, das raras existentes no nosso País, criou em edifício próprio, numa casa do século XVIII / XIX, que restaurou e adaptou, um museu etnográfico que ocupa três pisos e um pátio, organizou e mantém anualmente as Galas Internacionais de Folclore da Batalha, os “Festibatalha” com artesanato, música folclórica e festival nacional de Folclore, realizados em espaços nobres da Vila da Batalha, os Encontros de Coros que entoam os Cânticos da Quaresma, os Encontros Nacionais de Cantadores e Tocadores de Instrumentos Tradicionais, as Tardes na Ponte da Boitaca, as Adiafas da Cultura, as Exposições Temáticas na Vila, a mais recente das quais, sobre o Trajo, realizou-se no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, honra que consagrou o Folclore como actividade cultural da maior importância, as Oficinas de Artes e Ideias no Museu Etnográfico entre outras relevantes iniciativas.
Criou o espectáculo etnográfico “A Batalha a Cantar e a Dançar, da Quaresma a Santo António”, premiado pelo INATEL, foi 31 vezes ao estrangeiro participando em festivais na Alemanha, Áustria, Croácia, Eslovénia, Eslováquia (2), Espanha (6), Estónia, França (8), Holanda, Hungria, Lituânia, Polónia (2), Rússia, Sardenha (Itália), Sérvia, Sicília (Itália) e Ucrânia, foi galardoado por diversas vezes, destacando-se as medalhas de mérito cultural, grau ouro e grau prata, do Município da Batalha, três distinções do INATEL e a medalha, grau prata, da região de turismo de Leiria/Rota do Sol.
Tem um DVD e treze gravações discográficas, a última das quais, em finais de 2017, inclui os Cânticos da Quaresma, o círio a Santo a António designado por “Encamisada”, as rezas das curas e os rimances.
Tem em funcionamento uma escola de tocadores de harmónios e concertinas aberta a todos os interessados da região.
É membro efectivo da Federação do Folclore Português e do CIOFF, sócio do INATEL e da Associação de Folclore da Região de Leiria – Alta Estremadura.